Carta a um certo alguém'

É complicado falar de tudo o que sinto, contar, falar e enumerar sentidos, vontades. Desculpe-me por isso.
Sei que jamais era para ter visto o que vi. Na realidade fechei os olhos e olhei para o coração. Tranquei minha mente, cambaleei no escuro do teu olhar. Sei que serás pra sempre meu terno amigo. Quero te falar que não confundas sentimentos. Não os misture. Tudo é muito novo e antigo, eu sei. Mas o tempo passa, a ferida cura. Tudo um dia passa. Fique tranquilo. Sei que já se sentiu perdido e teve vontade de sumir ou apenas desejou alguém por perto, alguém que lhe entendesse. Imagino'.Compreendo.'

Você esqueceu dos erros dos outros, isso é maravilhoso. Você esqueceu de deixar de sonhar nessas pessoas. Trágico.

Só quero que não esqueça que um dia deixei de seguir ideais para te seguir. Deixei de dormir para não deixar de pensar em você. Dormi para sonhar com você. Mas lembre-se: " hoje podemos escolher em Amar quem nos ama, ou apenas viver sem alimentar sonhos".

Alimente um sonho.

Viva um sonho.

Se não tens sonhos, tente dar vida a um sonho de alguém. Um normal não possui sonho.

Os loucos possuem um sonho.

Os loucos possuem VÁrios sonhos."

                 Eu não sou normal'

Comprando um Sonho =0

As vezes quero acreditar que tudo poderia ser diferente. Mas sei que não pode ser assim, você faz parte do meu passado mais vivo e ao mesmo tempo tão remoto.  Acredito que nada foi em vão, não perdi tempo, não falei bobagens, não tive vãos sonhos e tudo que quis, 'eu quis', eu sonhei, eu imaginei, eu visionei, eu vivi...Eu lutei. Hoje, simplesmente faz parte de uma página virada da minha vida...' As vezes o livro que eu mais leio possui um capitulo que sempre retorno a ler, nunca conseguindo assim, chegar ao fim do livro, hoje encerro o capítulo. Um capítulo onde lágrimas sacramentaram dores, onde sentimentos afloraram sem o toque, onde rosas desabrocharam, não na primavera, mas sim no inverno mais sombrio, frio e tenebroso. Onde cravos foram ao chão só por um olhar maligno, onde o monstro branco e gigante permeava todo o céu que antes era azul, cobrindo o gigantesco sol, cobrindo a esperança. Um capítulo onde todas as tulipas que com cuidado foram manuseadas e plantadas com amor, forma, loucamente devastadas, arrancadas sem nenhum escrúpulo. De um modo Selvagem, morreram sem cor alguma, sem nenhum AMOR, sem nenhuma carinho, com desdém foi jogado fora, uma por uma. Com um cuidado vadio e inescrupuloso foi retirado toda a beleza e a pureza.. Encerro esse capítulo do mal, sempre lia e achava que existia parênteses ocultos, PS's transparentes, obs's invisíveis, mas chego a conclusão que não, não existe nada além do que é para existir, nada superior a dor 'ausente'.
Digo apenas, adeus...fecho, encerro um capitulo sem graça e chato..'
Retomo ao livro..' Acho folhas em branco e passo a reescrever a vida, agora bem vivida.

Redemoinho

Perdida estou na escuridão de teu olhar, procuro loucamente a tua presença. Não te acho em nenhum lugar. Posso observar tudo ao meu redor, ma de uma forma estranha, ausente...' Nada tem cor. Os objetos agora ficam desfigurados sem tua presença, eles não possuem pigmentação, eles não possuem forma alguma. Meu corpo agora transcende ao surreal, as batidas pulsantes, energizantes soam equivocadamente do peito relutante. Meus passos tornam-se pesados, sinto a força de um soberano a segurar-me e jogar-me em uma imensidão sem fim. As estrelas tentam tolamente guiar-me a um lugar que nem mesmo elas conhecem. Tentam me guiar ao meu amado. A lua  já se escondeu, ela não é teimosa, conhece seu lugar e desconhece o amor, vive solitariamente na escuridão sem fim. Sabe que é lembrada, mencionada, por uns até desejada, mas nunca viverá, só será contemplada por casais apaixonados fincados sob ela. A lua não teima em indicar  o amado perdido, ela  é racional, lógica e impetuosa, causadora de grandes marés, grande ressacas e grandes recuadas...Ela nunca poderá enganar um coração perfurado, ensanguentado de uma guerreira fracassada. Mas as tolas estrelas, mortas a milhões de ano-luz, tentam, inclinam-se, tornando-se estrelas cadentes para mostrar um caminho falso, sobrecarregado de discursos pagãos. Novamente sinto-me perdida no breu tenebroso, não sinto boa parte do meu corpo, mas sei que ele anda esperançoso, não sei bem da onde vem tão grandiosa dádiva, mas nessa altura tão banal e incrédula... De pouco importa, aos pouco perco meus sentidos, aos poucos esqueço do esquecediço...Sinto sentimentos revirados e uma vontade desesperadora do passado memorável.
Perco-me na escuridão, mas sei toda noite, quando a noite consegue nos achar e nos acertar em cheio, toda noite, cai sobre mim uma esperança, uma vontade quase revoltante de um começo, de um amanhã...' Toda noite sinto-me bem...Sei que posso ser feliz toda noite. Sorrio. É quando noto..Que alegria não se está nos olhos de quem se ver, mas nos olhos de quem sente.
Desculpe se ao teu lado fui feliz. Mesmo que tenha sido por um minuto. Aquele momento foi precioso pra mim.
Sinto muito se não fui e nem serei o que sempre sonhou, você também não é o que eu sempre sonhei, mas TE AMEI ( como essa frase me dói), assim mesmo.
Foi mal nunca consegui te criar expectativas, acontece.'
Na realidade te peço desculpas não por hoje, por ontem ou pelo amanhã que virá, te peço desculpas por ter te amado..'

Novamente pairo sobre uma areia branca, paquero com o horizonte, vejo a pobre lua solitária envolta de estrelas que brilham alegremente, noto que elas estão sempre juntas, creio que seja o medo de ficar só, como a pobre lua, medo do vão obscuro, do vácuo, a de ser isso.